Coaching – Alinhar para Avançar

Coaching – Alinhar para Avançar

Se um génio da lâmpada lhe aparecesse e lhe desse oportunidade de pedir três desejos, o que pediria? Este conto mostra a importância de sabermos o que pedir, de termos consciência de que o que desejamos para nós tem um impacto na nossa vida. Quantas pessoas já sonharam em concretizar algo e quando realmente conseguem verificam que não era assim tão importante? Ou pelo contrário, alguém que não tinha consciência da importância de algo até ao momento dessa dimensão se começar a fazer presente, como por exemplo sentir que a criatividade é fundamental quando surge a oportunidade de desenvolver um trabalho com esta valência?

A maioria de nós procura ser feliz. Mas o que é ser feliz? E a resposta genuína a esta questão só cada um/a de nós pode dar. Tudo o que desejamos tem como base um conjunto de valores que queremos ver satisfeitos, com um estado emocional positivo associado. Independentemente de se tratar de algo material ou imaterial, o que nos leva a querer obtê-lo é a sensação que nos irá trazer, é o significado que está a alicerçar a nossa escolha. Esse significado é proveniente de um conjunto de fatores como as nossas verdades internas, valores pessoais, história de vida, aprendizagens e memórias, interação com a família, amigos, escola, trabalho, contexto cultural, social e económico, meio onde nos encontramos, perspectivas futuras.

Então, os valores são princípios orientadores adquiridos maioritariamente na nossa infância, até aos 6-7 anos, e que constituem a nossa bússola interna, no sentido de que justificam a nossa forma de ser, o modo como pensamos, sentimos e agimos. Este conjunto de fatores é tido em consideração quando fazemos as nossas escolhas, tomamos uma decisão, e quanto mais conhecimento tivermos do que é realmente importante para nós, mais capacidade temos de avaliar o que nos está a fazer sentir mais ou menos feliz, nas diferentes áreas de vida. É de realçar que os valores são conceitos, e a sua subjetividade implica refletir sobre o que nos é realmente importante, evitando assim traçar objetivos baseados em expectativas de outras pessoas, ou por comparação com aquilo que a maioria pretende alcançar. Compreender que este núcleo é tendencialmente estável ao longo da vida, permitir-nos-á definir objetivos congruentes para nós, estabelecer prioridades, criar um equilíbrio maior que nos permita sentir que estamos a caminhar na direção certa.

Em coaching, enquanto processo de desenvolvimento humano, surge frequentemente esta necessidade de criar uma base de auto-conhecimento sustentada nos valores, uma tomada de consciência crucial tanto no ponto de partida, como no estabelecimento de metas.

O que efetivamente queremos para nós? O que realmente nos move? O que nos faz entregar um pouco mais de nós nas diferentes circunstâncias de vida?

O que defendemos para nós e para o mundo? Como nos sentimos mais realizados?

Preservar o que é fundamental para si e delinear objetivos alinhados com esse EU, ou traçar objetivos sem esta reflexão prévia, faz muita diferença no alcance dos mesmos. Quando nos alinhamos, cada passo é dado com mais confiança, com mais motivação, determinação e satisfação. Há uma análise do impacto da obtenção desses resultados, há o sentido de propósito a ser cumprido. E muitas vezes é a simples tomada de consciência dos nossos valores que nos impulsiona a querer mudar, avançar, evoluir.

Tendo por base a citação de Lewis Carroll “se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. Encontrar estados de felicidade e de sensação de realização passa por saber onde quer chegar, como lá chegar, não se perdendo do seu Eu e permitindo-se atualizar nesse percurso.

E agora, após este enquadramento, quais os três desejos que pediria ao génio da lâmpada?

Helga Gonçalves

Psicóloga, Master Coach e Facilitadora de Cura Reconetiva

Foto de Andrea Piacquadio