
O Coaching resulta de uma parceria entre o Coach (profissional) e o Coachee (cliente), em que o Coach através de questões que coloca leva a pessoa a refletir, a dar as respostas, a encontrar as suas próprias soluções e a agir no sentido de chegar aos seus objetivos. Então, o que pode prejudicar e atrasar o alcance do que queremos para nós?
Timothy Gallwey, atleta e treinador de ténis, confirmou no desporto que o nosso maior obstáculo somos nós, competimos com o nosso maior adversário, o nosso interior. Frequentemente queremos algo, mas os pensamentos e emoções associados levam-nos a adiar as ações necessárias, o que pode desencadear emoções como insegurança, frustração e desânimo, acompanhadas por pensamentos como “isto não é para mim”, “não vou conseguir”, “para quê tentar mais se nunca resulta com os outros?”.
O que pensamos sobre nós e sobre o que nos rodeia tem muita influência: quando acreditamos em algo direcionamos para lá a nossa atenção e agimos no sentido de a realizar, pelo contrário quando desacreditamos o foco perde-se e acabamos por validar que realmente não era concretizável.
Outros obstáculos podem surgir ao traçar objetivos, pois estes têm que obedecer a vários critérios. Coaching faz-se com objetividade e especificação de conceitos, sendo que o próprio Coachee precisa de saber concretamente o que quer alcançar e definir metas claras para ir avançando no seu percurso. Então, utilizar uma linguagem pouco específica, basear-se em subjetividade, fazer suposições configura obstáculos comuns. Esta estratégia pouco estruturada pode desencadear um trabalho supérfluo em que a ambiguidade traz ruído a todos os níveis, resultando na maioria das vezes na definição insuficiente do objetivo que passa a ser apenas uma intenção. Assim, o objetivo deve ser realista e o mais específico possível, com o maior número de detalhes e qualidade de informação.
O Coachee também deve conseguir avaliar o seu progresso, compreender se se está a aproximar do que quer, e para essa avaliação precisa de ter também um prazo estabelecido para a realização, pois tendemos a adiar quando não há definição de tempo.
Outros obstáculos surgem quando o objetivo não é para o próprio, e sim sugerido por alguém significativo (familiar, amigo…) ou organização onde trabalha, sendo causa de desinvestimento e frustração se o Coachee tiver resistência à mudança e não identificar o verdadeiro valor por detrás deste processo. O objetivo deve então ser definido pelo próprio de forma realista e alcançável, sobressaindo a relevância que a sua concretização terá, e o impacto positivo geral na sua vida; se a concretização do objetivo vier desequilibrar toda a vida, então é natural que surja um obstáculo natural e adaptativo de resistência ao processo, pois não será ecológica a sua concretização.
Em suma, fatores internos e externos contribuem para facilitar ou atrasar o alcance de objetivos e cabe ao profissional ajudar o Coachee a redefinir o que lhe traz mais qualidade de vida, avaliando cuidadosamente ganhos e desvantagens.
E para si, que obstáculos podem estar a ‘atrasar’ o seu percurso?
Psicóloga Clínica, Coach e Facilitadora de Cura Reconectiva