
A arte de bem comunicar gera respeito, confiança, compreensão, aceitação, valorização, desenvolvimento, evolução. E neste prisma surge frequentemente em atendimento psicológico a temática da assertividade. Em que consiste?
A assertividade é uma competência que pode ser desenvolvida, intimamente relacionada a auto-afirmação, auto-estima e valorização. Sendo uma ferramenta da comunicação inclui componentes verbal e não verbal, e passa pela capacidade de transmitir pensamentos e expressar emoções de forma clara e congruente com a realidade interna, reconhecendo e transmitindo as suas necessidades e preferências, emoções e opiniões, preservando os próprios direitos sem que isso constitua ansiedade excessiva, e sem violar os direitos dos outros.
Sendo uma postura saudável, defendida na generalidade por todos nós, o que impede a sua implementação e desenvolvimento? Vários factores podem contribuir para o ‘bloqueio’ desta aptidão como normas culturais, a educação familiar, crenças pessoais e medos. Pensamentos como “é falta de educação recusar pedidos”, “quero que todas as pessoas gostem de mim”, “se disser que não vão ficar desiludidos e tristes comigo”, “profissionalmente tenho que me sujeitar a tudo”, (…) são impedimentos a comportamentos assertivos, que muitas vezes resultam em estados emocionais auto-depreciativos por não se ter tido a capacidade de transmitir a verdade interior.
Então, como desenvolver a comunicação assertiva?
- Conhecer, respeitar e colocar em prática os direitos individuais (nossos e do outro).
- Conhecer os nossos princípios orientadores fundamentais, fazendo com que as ações estejam o mais alinhadas possível com esses valores.
- Transmitir e expressar emoções, opiniões e tomadas de decisão de forma segura e responsável. Não se trata de nos sobrepormos aos outros, e sim de nos reconhecermos em igualdade de direitos e valor.
- Identificar os pensamentos habituais e comportamentos que têm impedido a assertividade, por forma a encontrar um significado atualizado e escolher uma estratégia de ação que nos aproxime do que pretendemos.
- Ter presente que a assertividade pode ser desenvolvida, e que pode ser gerida momento a momento, variando de acordo com os interlocutores e contextos (querer ter 100% de postura assertiva poderá não ser realista).
- Comunicar tendo em conta o objectivo que se pretende, dando atenção à expressão verbal e não verbal para que estas apoiem e facilitem ao receptor o melhor processamento de informação.
A Assertividade é uma escolha que trará impacto positivo geral. Para si, será que os benefícios imediatos da não assertividade ainda se sobrepõem, na maioria das vezes, às vantagens abrangentes e a longo prazo da assertividade?
Psicóloga Clinica, Coach e Facilitadora de Cura Reconetiva
Foto de Christina Morillo