Comunicar para Empoderar

Comunicar para Empoderar

Sabia que a comunicação é uma habilidade que pode ser desenvolvida? O ser humano está sempre a transmitir informações nas suas interações, quer seja pela via verbal ou não verbal, e a maioria das vezes fazemo-lo de forma natural e automática.

A palavra comunicar tem origem no latim communicãre e coloca a tónica na necessidade de colocar algo em comum, por forma a que seja transmitido, processado e compreendido eficazmente pelos intervenientes.

Segundo Izard (1975) podemos classificar a comunicação em ‘intra-individual’ e ‘interpessoal’ (comunicação social). A primeira diz respeito à forma como representamos internamente a realidade (pensamos em forma de imagens, sons e sensações aos quais atribuímos significado), e uma organização interna empoderada terá um impacto positivo na forma como nos vemos, ouvimos e sentimos, e como vemos, ouvimos e sentimos o mundo e os outros. A comunicação interna é a base para a comunicação com os outros, sendo o auto-conhecimento promotor de uma boa comunicação, no sentido de potenciarmos as nossas forças pessoais, qualidades, habilidades, e aprimorarmos o que ainda pode ser melhorado. Ter consciência de quem somos e de como estamos num determinado momento (estado fisiológico e psicológico) permite-nos uma melhor gestão emocional e mobilização dos nossos recursos para obter o resultado pretendido.

E como podemos desenvolver a base da comunicação?
  • Em primeiro lugar ter presente que existem tantas realidades quanto o número de pessoas envolvidas, e por isso há que praticar com flexibilidade a abertura a outras perspectivas (‘ir além da minha própria interpretação’).
  • Qualquer palavra, gesto, posição corporal, expressão facial, deve ser contextualizada num todo maior onde ocorre, para evitar uma leitura precipitada da informação.
  • Construir um momento de genuíno interesse, sabendo gerar e transmitir respeito, confiança e disponibilidade.
  • Ter presente que as palavras são conceitos, e por isso devemos comunicar de forma clara, específica, objectiva, incluindo exemplos do que queremos transmitir.
  • Escutar ativamente para compreender, estando atento/a ao que é dito e como é dito, ao tom de voz, fazendo perguntas para clarificar conceitos, fazer sínteses do que é transmitido.
  • Dar feedback verbal e não verbal, fortalecendo a interacção e criando fluidez no discurso.
  • Escolher palavras e postura física adequadas ao contexto (mais formal ou infomal), e de acordo com as especificidades dos intervenientes.
  • Comunicar com veracidade e componente emocional construtiva, permitindo que o que expressamos, para nós ou aos outros, faça sentido e seja sentido.
  • Comunicar para um bem comum, fazendo com que a mensagem seja compreendida de forma positiva (mesmo que seja um ponto delicado a transmitir), para cada elemento se sentir respeitado, envolvido na melhoria, e proactivamente invistir na sua melhor versão.

A arte de bem comunicar (internamente ou socialmente) gera respeito, confiança, compreensão, aceitação, valorização, desenvolvimento, evolução. A qualidade da comunicação é o empoderamento do mundo (interno e interpessoal). Neste sentido, como está a sua comunicação?

Helga Gonçalves

Psicóloga Clínica, Coach e Facilitadora de Cura Reconetiva