
Nas festividades do final de ano e início de um novo ano é muito frequente fazermos um balanço da nossa vida. Os momentos de introspeção, de libertação, de projeção para um futuro melhor fazem-se mais presentes. Temos consciência que os tempos atuais são desafiantes, que nos deparamos com momentos de alta exigência emocional, pelos diferentes ajustes que cada um/a teve (tem) que ir fazendo no seu dia a dia; e é neste panorama, que importa olhar ainda mais atentamente para o que está bem na nossa vida, para o que somos e quem somos.
A saúde física e psicológica assume-se como uma prioridade, pois é a base que nos permite agilizar as nossas características, capacidades e a viver com a maior harmonia, esperança, e sentido de realização possíveis nas diferentes áreas de vida. Acreditar que mudanças positivas estão ao nosso alcance, e que também são da nossa responsabilidade (não dependem somente de fatores externos), leva à consideração de novas realidades e a uma postura construtiva para connosco e para com o mundo que nos rodeia. Citando Barbara Fredrickson, professora de Psicologia na Universidade da Carolina do Norte, “as emoções positivas causam mudanças na atividade cognitiva, ampliam as possibilidades de ação e melhoram os recursos físicos”.
Então, como criar mais equilíbrio nas diferentes áreas de vida e ser mais feliz?
- Ter presente que a vida acontece no agora, a cada momento, e que podemos escolher o que ajustar, melhorar, e agir no sentido criar melhores condições para nós. Respeitar o nosso passado e perspectivar o nosso futuro, ‘saboreando’ cada dia como uma oportunidade de construção positiva, nem que seja iniciar ou fazer algo diferente que tem adiado para si.
- Identificar quais são as principais áreas da nossa vida (subdividindo por exemplo em áreas: familiar, social, afetiva, profissional, económico-finaceira, desenvolvimento pessoal, hobbies, saúde e bem-estar, o EU…) e para cada área avaliar o nível de satisfação em relação à sua vivência (escala de 0 a 100%, em que 100% é satisfação plena).
- Identificar o que é fundamental estar assegurado em cada uma das áreas de vida, e o que há a melhorar. Por exemplo, se sentir que para a área familiar estar melhor necessita de mais momentos descontraídos, delinear como e quando vai escolher colocar em prática esta melhoria.
- Construir hábitos saudáveis que permitam gerar emoções positivas: fazer um balanço diário averiguando como qualifica as emoções que vive ao longo do dia – são maioritariamente positivas? E se ainda não são, o que fazer para que sejam cada vez mais frequentes?
- Nutrir a sua entrega, envolvimento e compromisso para com as suas atividades diárias, em todas as áreas da sua vida: de que forma está presente e se motiva para realizar tarefas como preparar uma refeição, dar um passeio, ou preparar o seu dia de trabalho?
- Construir relacionamentos saudáveis, criando uma rede de suporte que lhe permita sentir confiança, bem-estar, apoio, entrega, auto-valorização e desenvolvimento. Pergunte-se: ‘Dedico o tempo necessário para fortalecer esses relacionamentos?’
- Traçar objetivos com valor gera propósito de vida. Os objetivos devem ser realistas, para si, concretos, relevantes e com um prazo para alcançar. O que quer alcançar para si em 2023? Para cada área de vida, que melhoria implementar? De que forma pode medir os seus progressos?
Falar em equilíbrio é considerar que a vivência em cada uma das áreas de vida é satisfatória, com sentido de preenchimento emocional, de realização e de significado, é viver com tempo de qualidade e sentido de felicidade.
Como que escolhe viver em 2023?
Psicóloga, Master Coach e Facilitadora de Cura Reconetiva
Foto de Yogendra Singh