Pais e Mães na Adolescência

Pais e Mães na Adolescência

Saber crescer e crescer em saber possibilita um olhar atento sobre os mais jovens e é uma ajuda extra para os pais, mães e/ou cuidadores. Compreender o que é esperado e separar o que seria desejado são dicas úteis para gerir esta fase da vida pela qual se passa.

Do ponto de vista do neurodesenvolvimento é sabido que o cérebro está a desenvolver a sua estrutura cerebral, nomeadamente o cérebro pré-frontal, que é responsável pelo comportamento, decisão, autocontrolo o que explica que a tomada de decisão destes jovens é mais emocional do que lógica, sendo aqui crucial a orientação do adulto para a consequência das suas decisões. 

Compreendemos melhor a labilidade emocional, sendo que a recompensa pelo imediato é algo presente nas vidas destes jovens, daí estarem mais suscetíveis a experiências novas e algumas de risco. É portanto, uma fase de experimentação, com potencial de habilidades tanto quanto vulnerabilidades, sendo necessário educar para a autonomia, crítica e independência cognitiva.

O que significa que é aqui que pais, mães e/ou cuidadores se sentem desafiados: ”Qual o limbo entre exigência e rigidez, entre disciplina e limites, responsabilidade e cobrança?!”.

Ora, saber comunicar é fator chave, sendo que a negociação é uma das estratégias a considerar para obter uma melhor comunicação e melhor relação parental.

Humor, criatividade e diálogo recíproco (sem cobranças) são dicas para uma maior aproximação juntos destes jovens que nos despertam para a inovação na educação.

É sabido que a intervenção democrática dos pais fortalece a coesão na família e a autonomia, e para isso torna-se necessário o trabalho de detetive para entender comportamentos, o que é difícil e desafiante. A boa noticia é que se praticarmos, mais fácil será. Se pretende entender o comportamento do seu filho/a e procurar soluções para o mesmo/a deve entender que “Todo o comportamento existe para satisfazer necessidades”, isto é, se escrevo este artigo é porque tenho o propósito de satisfazer algum tipo de necessidade. O mesmo se aplica a si. E tudo o que o seu/sua filha faz, igualmente serve para satisfazer algum tipo de necessidade. Se está a ler este artigo terá necessidade de saber lidar melhor com os conflitos que tem com o seu/filho/a, de se sentir mais seguro/a no exercício da parentalidade ou de se conectar de uma forma mais próxima com ele/a.

Estar atento/a e satisfazer as necessidades do seu/sua filho/a é fulcral. Isto não significa atender cada desejo dele/a. Significa pegar na lupa de detetive, investigando bem a energia do seu/sua filho/a e as suas necessidades principais. Lembrando que a satisfação das suas próprias necessidades também tem de ser cuidada.

Reflita nas seguintes questões:

  • Que energia tenho e qual a minha principal necessidade?
  • De que forma respeito e satisfaço as minhas necessidades?
  • Qual é a energia do meu filho/a e quais as suas necessidades principais?
  • De que forma as respeito e satisfaço?
  • De que forma as desrespeito?
  • De que forma procura o meu/ a minha filha preencher as suas necessidades?
  • O que acontece quando não estão preenchidas?
  • O que vou fazer para melhor satisfazer as minhas necessidades e as do/da meu/minha filho/a?

Todos nós temos necessidades e por isso convido a explorar para alimentar a curiosidade, paciência e presença.

Mariana Silva

Psicóloga, Psicoterapeuta, Neuropsicóloga e Coach