
Atualmente, a história do sexo nos casais enfrenta uma lista extensa de inibidores sexuais que retiram o oxigénio a qualquer labareda do desejo sexual.
As exigências sociais são cada vez maiores e os casais andam atarefados, stressados, ocupados com as carreiras profissionais, investidos na melhor educação dos filhos, concentrados num equilíbrio saudável pessoal e com muito pouco tempo para o que o namoro impõe e necessita.
Apesar de falarmos cada vez mais livremente de sexo e da maior exposição do tema, concilia-lo com a vida doméstica, profissional e familiar é, neste momento, um desafio acrescido na mochila de qualquer casal.
Ouço muitas vezes em sessão, trazido pelos meus casais, que quando partilham com amigos próximos estarem a atravessar um iceberg e vendo a vida sexual em casal afundar como o Titanic, a importância considerada prende-se com a frequência e a quantidade de relações sexuais e não com as práticas salva-vidas para permanecerem em alto mar.
A melhor poção mágica para a manutenção de uma relação saudável, é a intimidade. Esta é um guarda-chuva com várias varetas da qual faz parte a intimidade sexual, daí a necessidade de a termos de trabalhar para que não se perca pelo caminho.
Mas afinal, a frequência sexual importa?
A importância que cada um de nós dá à frequência sexual, varia de pessoa para pessoa. Não há uma quantidade ideal, essa é definida internamente por cada casal. Importa sim, que ambos estejam alinhados e satisfeitos com isso.
No entanto, quero ressalvar que, no que diz respeito ao sexo, devemos substituir o ditado “mais vale a mais do que a menos” por “o que importa não é quantidade, mas sim a qualidade”.
Como podemos trabalhar em conjunto a manutenção da nossa vitalidade sexual ?
- Agendar encontros: Tal como agendamos uma ida aos cabeleireiros, esteticistas, médicos de família e afins, devemos ter a preocupação de incluirmos tempo reservado ao outro, na nossa agenda.
- Trabalhar o desejo sexual: Investirmos um maior cuidado em procurarmos a atenção dos nossos parceiros para mantermos a chama da paixão acesa. Através, por exemplo, da partilha de conteúdos pessoais ou umas trocas de mensagens mais atrevidas.
- Dar asas a novas fantasias: A introdução de novidade traz-nos um boost de energia e a criação de um momento de maior partilha e intimidade.
- Variação de locais: Tal como temos a preocupação de não estarmos sempre a repetir os mesmos restaurantes porque temos a curiosidade de experimentarmos pratos novos, aconselho a explorarem novos locais, mesmo pela casa, para encontros sexuais.
O sexo não é suficiente para manter uma relação no cais mas é uma boa âncora.
Sandra Neto
Psicóloga Clínica, Terapeuta de Casal e Sexóloga Clínica
Foto de cottonbro studio