A baixa autoestima nas crianças: sinais de alerta

A baixa autoestima nas crianças: sinais de alerta

A autoestima, quando ajustada, está relacionada com um bom rendimento académico, satisfação com a escola e com os amigos, boas interações sociais, comportamento assertivo, e satisfação com a vida no geral (consultar também Autoestima e as Crianças).

Enquanto pais e/ou educadores deveremos estar alertas para alguns sinais da criança que poderão estar relacionadas com a baixa autoestima, nomeadamente:

– Faz autoavaliações negativas frequentes; (eg. Autoverbalizações de não sou capaz; é muito difícil não consigo);

-Sente cansaço constante nas atividades normais do quotidiano (durante o dia a criança vai referindo que se sente cansada e com falta de vontade para iniciar atividades que fazem parte do seu dia-a-dia);

Mudanças constantes de humor como choro, tristeza, explosões de raiva, silêncios ou frustrações;

Sorri pouco e tem uma visão negativa das pessoas com quem convive (poderá apresentar uma expressão facial mais sisuda ou triste, considera que os amigos não gostam de brincar com ela, sente que os adultos não a poderão ajudar e por vezes acha que nem vale apena pedir ajuda);

– Prefere muitas vezes brincar sozinho a brincar com as outras crianças. Tem dificuldade em fazer novas amizades (pela visão negativa que tem de si e de não se considerar suficiente isola-se e limita as interações);

Sente que não é capaz de desempenhar as tarefas escolares ou o que lhe é solicitado;

Acha que só os outros conseguem atingir bons resultados;

Culpa os outros pelos próprios erros;

– Demonstra dificuldade no contacto ocular durante as suas interações;

Quando a baixa autoestima infantil não é olhada com atenção devida na infância tende a ter reflexos negativos na adolescência, uma vez que é a altura em que os jovens procuram por identificação e validação. Nesta fase, os jovens poderão se envolver com grupos mais complicados e envolverem-se nos consumos de estupefacientes e de álcool para serem aceites pelos pares. Outra consequência poderá incidir no autoboicote e deste modo o jovem acaba por criar estratégias e mecanismos de defesa que o impedem de se expor a situações que lhe causem desconforto, que interfira com a sua autoimagem e autoconceito, como por exemplo não iniciar atividades novas, não se expor em público, não dar a sua opinião, nem tomar decisões. A perturbação de ansiedade e depressão poderá surgir como consequência de uma baixa autoestima.

Caso verifique um conjunto significativo destas caraterísticas presentes na criança poderá ser útil procurar ajuda de um profissional que o/a ajude a lidar com esta situação.

Daniela Ferreira

Psicóloga Infanto-Juvenil

Foto de Juan Pablo Serrano Arenas no Pexels